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De acordo com um estudo recente da União Europeia, em 2040 as pensões de reforma serão cerca de 50% do valor do salário. Hoje ao reformar-se, mesmo na idade legal (66 anos e 7 meses) e com 40 anos de descontos já perde cerca de 30% do seu salário, mas nessa altura a quebra de rendimento ao entrar na reforma será muito grande.

Assim, mesmo que hoje ainda seja jovem, e ache que a data em que vai deixar de trabalhar ainda vem longe, é altura de começar a poupar. Uma mensagem pouco popular, mas urgente e fundamental. Neste artigo vamos ajudá-lo a perceber quanto poupar para a reforma.

Poupar ao longo da vida ativa

Mesmo que tenha iniciado agora a vida ativa e por isso o seu salário não seja muito elevado, pense que tem de poupar para quando deixar de trabalhar.

É certo que nesta altura deve estar a pensar que essa data ainda vem longe e tem outras prioridades: a viagem que gostaria de fazer, a compra do móvel para a sala de jantar, o pagamento da prestação mensal do crédito habitação, o seguro de saúde….

E ainda por cima acabou de ler um artigo sobre o fundo de emergência e decidiu que tem de pensar nisso: ter uma almofada de 3 a 6 meses de salário para fazer face a situações imprevistas como o desemprego e decidiu que tinha de fazer.

Sim, é certo, tem isso tudo e, se está a pensar ter filhos, já sabe que irá ter custos acrescidos nos próximos anos, mas não se esqueça, o futuro está já ao virar da esquina. Ou seja, junte às suas preocupações, a necessidade de fazer uma poupança mensal ao longo da sua vida ativa para colmatar a redução de rendimentos que irá ter quando entrar na reforma.

Quanto poupar mensalmente para a reforma

Gostaríamos de ter a resposta certa, mas infelizmente vamos dar-lhe aquela que menos vai querer ouvir: “depende”. Pois, de facto, depende de muitos fatores: depende dos seus objetivos e necessidades em relação à reforma. Ou seja, vai querer manter o mesmo padrão de vida que tem na vida ativa. E depende também se tem outras fontes de rendimento que não sejam só o seu salário.

Mas uma coisa é certa, numa altura que se acentua a previsão de redução das pensões vai ter de poupar.

Seguir a regra do 50 30 20 pode ajudar

Regra 50 30 20

A regra 50 30 20 é simples e é defendida pela maioria dos especialistas. Para ser eficiente a sua utilização tem de analisar o seu orçamento familiar: ou seja, os seus rendimentos e os seus gastos.

Feito isto, tenha em conta que os seus rendimentos devem ser gastos da seguinte maneira:

  • 50% do seu rendimento deve ser gasto com despesas fixas (renda da casa ou prestação do crédito habitação, água, luz, gás, telefone, seguros), alimentação e transportes
  • 30% deve ser gasto com o seu estilo de vida: roupa, restaurantes, lazer (cinema, museus, concertos) e ginásio
  • 20% para poupança

Dos 20% da poupança destine metade para a reforma

Os 20% do seu salário destinado à poupança podem ser usados para os diferentes tipos de poupança, o nosso conselho é que coloque 10% para a reforma.

Se puder guarde 15%, mesmo que tire os restantes 5% do 30% destinados ao seu estilo de vida.

Se ganhar 1.200 euros e poupar por mês 120 euros, no final de um ano terá poupado 1.680 euros (com o subsídio de férias e Natal). Ao final de 30 anos terá 50.400 euros, e no final de 40 anos terá poupado 67.200 euros. E isto sem considerar eventuais juros sobre o dinheiro poupado.

Rentabilizar a poupança

Mas não basta poupar, terá de rentabilizar as suas poupanças. O ideal será investir em produtos financeiros com rentabilidade superior à taxa de inflação.

O tipo de investimento que fizer tem de estar de acordo com o seu perfil de risco, mas tenha em atenção que taxas de rentabilidade mais alta têm sempre riscos associados como o não terem capital garantido.

Atualmente, numa altura em que os depósitos a prazo estão com taxa de juro muito baixas, pense noutros produtos alternativos, também eles de capital garantido, como os PPR, os certificados de aforro e os certificados do tesouro. Já agora, veja como pode combinar as suas poupanças para a reforma com o imobiliário.

Mas como dissemos, a decisão de investimento é sua e depende do seu perfil de risco, ou seja, do que está disposto a arriscar para ter uma maior rentabilidade. Em qualquer dos casos, a nossa recomendação é simples e mantém-se: comece já a poupar para poder ter amanhã a reforma dos seus sonhos.