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Se tem mobilidade reduzida, ou vive com pessoas com mobilidade reduzida certamente já se deparou com a necessidade de adaptar a sua casa. Mas muitas vezes isto só não chega. Por vezes é também necessário fazer também adaptações no acesso à habitação, sob pena de ser quase impossível sair de casa.

Dar autonomia máxima a quem tem mobilidade reduzida, para se poder movimentar sem precisar pedir ajuda será seguramente benéfico para todos, mas sobretudo irá aumentar a autoestima de quem quer evitar depender de terceiros para fazer a sua vida no dia a dia.

E já agora é importante que saiba que a Segurança Social, em algumas situações comparticipa a 100% os produtos de apoio que necessita para que a pessoa tenha uma maior mobilidade. E existem ainda outros benefícios fiscais e sociais que poderá ter

Mas vamos por partes.

As adaptações dentro de casa

Dentro de casa pode fazer algumas adaptações sem ter de gastar dinheiro, mas outras há com as quais irá ter custos, porventura até avultados. Mas lembre-se que ao adaptar a casa estará a facilitar a vida e aumentar a confiança a pessoas que têm mobilidade reduzida.

Tire tudo o que possa atrapalhar a movimentação

Aqui trata-se de reorganizar a sua casa, de modo a ser fácil circular dentro da mesma. E ao mesmo tempo evita acidentes.

Assim, encoste os móveis à parede deixando livre a parte central das divisões. Retire os movéis de corredores de modo que quem se movimenta com cadeira de rodas possa circular com segurança.

Se possível retire os tapetes já que a existe sempre a possibilidade quem se movimenta de pé com dificuldade de locomoção possa tropeçar e cair. Mas o mesmo é válido para quem usa cadeira de rodas, já que tapetes e carpetes não facilitam a movimentação.

Quanto à alcatifa depende da pessoa. Seguramente dificulta a circulação de quem anda de cadeira de rodas, mas ajuda se tiver outro tipo de locomoção por não ser escorregadia e aumentar a confiança no andar.

Atenção à altura da cama

Lembre-se que quem tem mobilidade reduzida tem dificuldade em se deitar e levantar. Assim a cama não pode ser nem muito alta nem muito baixas. Deverá permitir que se estiver sentada com as pernas para fora, estas façam um ângulo reto com o corpo e os pés toquem no chão. Só assim será mais fácil entrar e sair da cama. Se não existir uma cama normal da altura desejada opte por uma cama ajustável. E claro tenha acessível, ou seja, perto da cama, o meio de locomoção usado, seja ele bengala, andarilho ou cadeira de rodas.

No caso da pessoa se deslocar em cadeira de rodas o ideal é que a cama esteja ao nível do assento da cadeira facilitando a transição entre ambas.

Tente que o quarto esteja perto da casa de banho

Se a pessoa tiver necessidade de ir à casa de banho durante a noite convém que a distância entre o quarto e a casa de banho seja a menor possível. E já agora coloque uma luz de presença nas zonas por onde terá de passar, já que, muitas vezes, para não incomodarem não acendem as luzes.

Coloque sensores de luz

Se na casa tiver sensores de luz, evita que a pessoa esteja a acender e desligar as luzes. É menos um movimento com terá de ser preocupar. Se tiver sensores de luz não necessita de ter luzes de presença.

Troque a banheira por base de duche

Nestas alterações já terá de gastar dinheiro. Quem tem dificuldade em se movimentar dificilmente conseguirá entrar na banheira. Pelo que trocar a banheira por uma base de duche é fundamental. Também é importante incluir um assento e barras de apoio para que se possa agarrar já que normalmente existe o receio de cair quando toma banho.

Coloque alteadores nas sanitas

Aqui aplica-se o mesmo conceito que nas camas, a pessoa deve ficar sentada com as pernas em ângulo reto com o corpo. Assim o melhor é colocar um alteador de sanita para facilitar o sentar e levantar. E já agora coloque uma barra de apoio junto da sanita, pois facilita quando se a pessoa se quiser erguer.

Adapte o lavatório

Substituir o móvel do lavatório por um lavatório com espaço para as pernas facilita a utilização por uma pessoa com cadeira de rodas. Mas se não for o caso coloque também aí barras de apoio.

Atenção ao chão da casa de banho

Pisos molhados são muito escorregadios assim não se que esqueça o chão da casa de banho e o fundo da base do duche devem ser antiderrapantes, já que quedas é o que quer mesmo evitar.

Sofás e cadeiras devem ter a altura adequada

Aqui aplica-se a mesma situação das camas. O ideal é terem uma altura de assento adequado a que a pessoa de sente e levante facilmente.

A bancada da cozinha tem de ser adaptada

Adaptar a casa a pessoas como mobilidade reduzida poderá significar fazer alterações na cozinha. As bancadas normais de cozinha têm a altura ideal para quem trabalha na cozinha de pé. Assim, para quem necessita de trabalhar sentado têm de ser mais baixas. E se a pessoa se deslocar em cadeira de rodas o ideal é que não haja armários de baixo em algum ponto da bancada para permitir que a cadeira encaixe, facilitando o acesso a essa mesma bancada.

Atenção às escadas

Subir uma escada é certamente um desafio para quem tem mobilidade reduzida. Assim, se a casa onde vive tem uma escada que a pessoa terá de subir coloque uma barra na parede ao longo da escada em complemento do corrimão. Quando aos degraus coloque uma carpete antiderrapante. Mas o ideal será mesmo colocar um elevador de escadas.

Se as escadas forem largas, e a cadeira de rodas for o meio de locomoção podere colocar uma plataforma elevatória já que a levará para o piso superior. Caso sejam estreitas terá de colocar um elevador, mas tem o contra que alguém tem de levar a cadeira para cima.

As portas devem ser largas

Se a movimentação dentro de casa é feita em cadeira de rodas então as portas devem ter largura suficiente para estas passarem, senão como passar de divisão em divisão?

Atenção às tomadas

Se estiverem muito próximas do chão será difícil o acesso às mesmas. O ideal será estarem a cerca de 40cm do chão.

As adaptações no acesso à casa

Adaptar a casa a pessoas com mobilidade reduzida poderá significar também fazer modificações exteriores. Ou seja, se vive numa moradia com degraus de acesso à sua porta, ou num edifício com escadas de acesso à porta do prédio, o acesso à habitação por quem tem mobilidade reduzida é decerto difícil.

A solução será colocar barras de apoio na parede, uma rampa ou uma plataforma elevatória para que o acesso seja possível.

Se o imóvel for só seu basta colocar, mas no caso de viver num prédio terá de comunicar à administração do condomínio com a antecedência mínima de 15 dias que os irá instalar e garantir que a sua instalação não prejudica a acessibilidade de outras pessoas que habitem no edifício. Mas note que não necessita da aprovação dos restantes condóminos.

Note que as despesas ficam a cargo de quem necessita dessas modificações. No entanto se as mesmas beneficiarem outros condóminos, mesmo que posteriormente, o custo será dividido com estes.

A definição de pessoas de mobilidade reduzida está consagrada na lei

Nos termos da lei e de acordo com a Portaria 31/2019 de 12 de Setembro no seu artigo1º, consideram-se pessoas com mobilidade reduzida ou condicionada as que:

  • de forma temporária ou permanente, utilizam cadeiras de rodas ou produtos de apoio para a marcha, como canadianas, andarilhos ou bengalas,
  • têm com dificuldades de coordenação motora,
  • não conseguem percorrer grandes distâncias,
  • têm baixa estatura,
  • têm dificuldades sensoriais, tais como as pessoas com deficiência visual ou surdas
  • se apresentam transitoriamente condicionadas, como grávidas, crianças e pessoas idosas.

Quem tem mobilidade reduzida pode ter a comparticipação a 100% de produtos de apoio

A Segurança social comparticipa a 100% produtos que se destinem a prevenir, compensar, monitorizar, aliviar ou neutralizar as incapacidades, limitações das atividades e restrições das pessoas com deficiência e por isso com mobilidade reduzida.

Entre os produtos de apoio contam-se:

  • Almofadas e colchões para prevenir úlceras de pressão, estabilizadores e suportes para a posição de pé (etc.);
  • Ortóteses (sistemas de correção e posicionamento do corpo), próteses (sistemas que substituem partes do corpo ausentes);
  • Cadeiras sanitárias, arrastadeiras, cadeiras e bancos para o banho, ganchos e cabos para vestir e despir (etc.);
  • Cadeiras de rodas, andarilhos, canadianas, adaptações para carros, elevadores de transferência (etc…);
  • Garfos, colheres, pratos, rebordos de prato, copos adaptados, (etc.);
  • Camas articuladas, Plataformas elevatórias; corrimãos e barras de apoio (etc.);
  • Aparelhos auditivos, máquinas de escrever braille, tabelas de comunicação, amplificadores de voz, computadores, telefones, (etc.);
  • Material antiderrapante, adaptadores e dispositivos de preensão (etc.).

Poderá ver a lista completa dos produtos abrangidos aqui

Mas para receber a comparticipação estes têm de ser prescritos pelos seu centro de saúde e apresentar pedido de comparticipação junto do Centro Distrital da sua área de residência.

Pode obter mais detalhes no site da segurança social ou no Guia Prático da Segurança Social.