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Muitas pessoas têm-nos abordado com a questão do que acontecerá ao preço das casas nos próximos tempos. Aguardam pelo fim das moratórias para que os preços baixem. Mas será que devemos esperar uns meses para comprar a nossa próxima casa? Neste artigo ajudamos a responder a esta questão.

O que determina o preço dos imóveis?

Existem inúmeras variáveis que influenciam o preço de mercado de um imóvel. No entanto, acabam por se resumir à relação entre a oferta e a procura:

Oferta

A oferta de imóveis para venda depende de diversos fatores, como sendo a evolução da economia ou dados demográficos. É facilmente verificável com recurso aos portais de imobiliário disponíveis. Nestes portais conseguimos percecionar a evolução da oferta, os imóveis disponíveis e a evolução dos preços. Conseguimos ainda identificar imóveis comparáveis ou outras sugestões de imóveis na zona.

Procura

A procura de imóveis é mais difícil de estimar, na medida em que não conseguimos perceber a todo o momento quem está de facto interessado em comprar um imóvel. Dito isto, poderemos ter uma noção pelo número de imóveis disponíveis no mercado e pela rapidez com que os imóveis são vendidos. Maior rotação de imóveis implicará numa maior procura.

O que determina fortemente a compra e venda de imóveis?

Se a oferta e a procura são variáveis importantes na equação, saiba que são também ambas determinadas pela disponibilização de crédito habitação. Ou seja, quanto maior for a facilidade de acesso ao crédito habitação, maior tenderá ser a oferta e a procura por imóveis. Maior a procura porque temos maior possibilidade de compra. Maior a oferta porque a troca de casa se torna mais fácil. Parece simples não?

Como é definido o preço dos imóveis?

Outra reflexão importante quando falamos do preço das casas em Portugal é perceber como são determinados os preços dos imóveis. Se reparar, tendemos a pensar no valor do imóvel mais no custo mensal e não tanto no valor global. É verdade. Preferimos pensar que determinado imóvel nos custa €500 por mês do que pensar que o preço de compra é de €100.000 e o valor total da compra (com os diversos custos e encargos ao longo do contrato) é de €150.000.

Assim sendo, a disponibilização de crédito e o custo com o crédito são fatores determinantes no preço dos imóveis e na dinâmica da oferta e da procura. Como facilmente percebemos, estando os bancos ávidos por conceder crédito habitação e estando as taxas de juro a níveis muito baixos (é possível pagar 0.5% ao ano de juros), a concessão de crédito irá continuar forte. E com isto… os preços têm algum suporte.

O que vai acontecer com o fim das moratórias?

Fazer futurologia é impossível. Não podemos adivinhar o futuro, especialmente num contexto de grande incerteza como aquele em que vivemos atualmente. Sabemos que os impactos da pandemia vão ser elevados. Sabemos que o desemprego e o risco das operações irão também aumentar. Mas não sabemos se as moratórias vão acabar ou se serão adiadas mais uma vez.

Não fazendo futurologia, sabemos que existem inúmeros investidores com capital disponível para colocar no mercado imobiliário. Outra verdade é que estando as taxas de juro tão baixas, os bancos não nos dão retorno nos depósitos a prazo. Logo, o dinheiro das famílias acabará por ser canalizado para o mercado imobiliário em busca de taxas de retorno mais elevadas.

O risco de esperar pelo fim das moratórias

Pode ser tentador esperar pelo fim das moratórias para iniciar um processo de compra da sua habitação. No entanto, saiba que com a eventual queda (ligeira) do preço dos imóveis, virá um apertar da concessão de crédito por parte da banca. Ou seja, o benefício que terá na poupança com a compra irá ser contrabalançado pelo prejuízo do apertar das condições de acesso ao crédito. Pode mesmo acontecer que a banca feche a torneira e que não lhe conceda o financiamento.

Em conclusão

  1. O preço das casas deverá continuar a estar suportado pelo baixo valor das taxas de juro e pela apetência da banca em conceder crédito;
  2. As taxas de juro tão baixas estão a induzir a compra de casa para arrendamento, o que representa um suporte extra ao preço dos imóveis;
  3. A eventual queda do preço das casas no futuro deverá vir acompanhada por restrições de acesso ao crédito habitação.

Logo, sugerimos que mantenha o foco na compra da sua próxima habitação para os próximos meses, com cautela e negociando muito bem o preço de compra. Sim, os preços dos imóveis estão em níveis elevados mas uma coisa é o preço publicitado outra é o preço de venda. Negoceie o preço e encontre o melhor banco para o seu crédito habitação, que não é o mesmo do que aquele que lhe apresenta o spread mais competitivo.